terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Rolhas de cortiça

Adoro vinhos e tudo que se refere a eles.

Saber como são produzidos. Entender quantas e quais os tipos de uvas que podem ser utilizadas. Quais as comidinhas que podemos  harmonizar, as melhores safras, os produtores, e por ai vão muitos assuntos afins.

Mas outro dia, no facebook, um texto sobre rolhas me chamou atenção e decidi pesquisar  mais.

Afinal como são feitas as rolhas ?

As  tradicionais são feitas com casca de árvore. Mas não de qualquer uma. Só o sobreiro – nativo da região mediterrânea – produz cortiça, a matéria-prima da rolha. É preciso que a árvore tenha no mínimo 30 anos para que se possa extrair a casca. Antes disso ela não é suficientemente resistente. 

De acordo com o engenheiro florestal João Santos, da Universidade de Lisboa, essa “colheita” só pode ser feita no verão, quando a casca está menos aderente ao tronco. “Em qualquer outro estágio é impossível removê-la”, diz.
Depois de retirada e cortada em forma de pranchas, a cortiça precisa descansar durante até seis meses, para depois ser lavada. O passo seguinte é cozinhá-la em água aquecida a 95 graus C. Depois do banho, mais alguns dias de descanso e pronto: pode receber o corte na forma cilíndrica e ser chamada de rolha. A análise da dimensão, da porosidade e da umidade é feita por leitura óptica. Por fim, um processo manual retira peças defeituosas. “A cortiça que não passa no controle de qualidade é usada para fabricar desde peças para a indústria aeroespacial até guarda-chuvas”, afirma Carlos de Jesus, diretor da empresa portuguesa Corticeira Amorim, maior fabricante de rolhas do mundo.
Portugal produz 60% da produção mundial, seguido de Espanha e Itália. Pequenas parcelas procedem de Marrocos, Argélia e Tunísia.


Rolhas sintéticas - o que temos a dizer sobre elas?

Feitas de um polímero chamado elastômero, essas rolhas apresentam características de selagem e elasticidade similares às da cortiça natural, propiciando boa tolerância às altas temperaturas. Com ótimo poder de vedação, as rolhas sintéticas não cedem à umidade e ressecamento, o que permite que sejam armazenadas na posição vertical. O material da rolha é à prova de proliferação de fungos.

Vinhos de guarda, que terminam o processo de amadurecimento na garrafa, ainda devem usar as clássicas rolhas de cortiça, já que permitem a entrada gradual de ar ao longo dos anos, que ajuda no envelhecimento do vinho e proporciona o aroma e o sabor ideal.

Enfim, o uso de rolhas sintéticas ou screw cap ( lacres metálicos) não significa que o vinho é de baixa qualidade, é apenas o melhor sistema de vedação para o tipo de vinho. E não se preocupe, esses novos sistemas de vedação de vinho não vão acabar com a rolha de cortiça.



















A revista americana Decanter publicou o parecer de analistas e críticos que concordam que a screw cap é o melhor tipo de "rolha" para vinhos tintos ou brancos. Para os brancos, por exemplo, a vantagem é que a tampa permite a degustação do vinho tal como o produtor o concebeu.


A rolha de cortiça em breve será um luxo reservado para poucas e caras garrafas. A oferta de cortiça não satisfaz a demanda da indústria vinícola e os preços sobem. As melhores rolhas, de 4/5 cm de comprimento e sem defeitos custam na Europa já mais que umas garrafas de vinho barato, mas garantem duração medível em décadas. Para todas as outras o destino está decidido: depois de 10 anos a rolha estraga, com tendência a se esfarelar com o uso do saca-rolha, ou então tem poros demais e conseqüentemente pouca resistência ao oxigênio.

O que tudo isso me diz, é que de um modo ou de outro , a qualidade dos vinhos está preservada pelos e tipos de materiais utilizados pelos produtores, e isso é uma traquilidade para nós degustadores. 

Porém eu gosto de colecionar rolhas, cada uma delas, tem um história, me remete a um momento e os mais especiais são guardados com datas e pequenos lembretes escritos na própria rolha, de modo que não consigo fazê-lo no screw cap.

Assim se eu tivesse que escolher os vinhos também pelo seu processo de fechamento, optaria atualmente pelas rolhas sintéticas. Ecologicamente corretas. E que atendem minha necessidade emocional de colecionadora.

Apesar de sabermos o quanto as rolhas de cortiça ja cooperaram com vinhos maravilhosos, é fato que com a crescente demanda na fabricação de novos vinhos, a realidade de adaptação é essencial.

Como diz Stephen Howking " Inteligência é a capacidade de se adaptar a mudança".
Creio que isso se aplica a muitas coisas em nossa vida e assim devemos agir!

Um brinde as rolhas sintéticas. E um brinde aos ótimos vinhos que tomei e ainda hei de tomar!



Ale Rossi


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